Com o aumento do nível das chuvas no Rio Grande do Norte, tem aumentado também o número de ocorrências de capturas de jacarés fora de seu habitat natural. De acordo com dados da Companhia Independente de Proteção Ambiental (CIPAM), vinculada à Polícia Militar, este ano já foram capturados 18 jacarés no Estado, a maior parte deles na região metropolitana de Natal. Em 2018, ao longo de todo o ano, foram 28 capturas.

Até o momento, apenas animais da espécie jacaré-de-papo-amarelo foram capturados no Estado. Eles medem, em média, 2 metros de cumprimento, mas a maior parte dos capturados no estado costumam ser menores, de acordo com as autoridades.

De acordo com o coordenador do CIPAM, o major Alexandro Soares, o que acontece é que, com o aumento das chuvas, rios e lagoas, o habitat natural desses animais, costumam transbordar ou encher, o que faz com que eles acabem se locomovendo para locais um pouco mais distantes dos quais estavam originalmente.

“Nas áreas urbanas, na maioria dos chamados, os animais estão nos quintais e jardins das casas. Alguns também são identificados em via pública ou lagoas de captação. Quando são avistados, costumam nos chamar para fazer a retirada”, relata Alexandro. Ele ressalta que não há registros de ataques feitos pelo animal a pessoas.
“Nós fazemos um apelo para que, quando as pessoas se depararem com um animal como esse, nos acione para que possamos fazer a retirada segura. Ele é um animal que não costuma atacar, a não ser que se sinta ameaçado, e maltratar ou matar animais silvestres é crime”, afirma. As penas para o crime pode ser punida com multas ou detenções de até três anos.

Nos anos anteriores, de acordo com o major, os baixos índices pluviométricos do Estado reduziram o aparecimento desses animais em áreas urbanas, pois eles se concentravam nos poucos rios e lagoas que ainda estavam relativamente cheios.

Em Natal, a zona Norte é onde são encontrados os jacarés. O município de São Gonçalo do Amarante, no entanto, é o que apresentou o maior número de ocorrências, somando 16 animais capturados em 2018 e 2019. Ele é seguido pela capital, com 8 jacarés e Parnamirim, com 7. Extremoz, Macaíba, Vera Cruz, Canguaretama, Ceará-Mirim, Pedra Grande e Nísia Floresta também registraram ocorrências.

Após serem recolhidos, os jacarés são levados para o Aquário de Natal, localizado na Redinha. Caso apresentem sinais de maus-tratos, os animais recebem tratamento no aquário e, ao melhorar, são reintroduzidos no habitat natural.

O que fazer
Ao se deparar com um jacaré, seja em via pública, lagoa de captação, quintal ou jardim, a população pode acionar a polícia através do 190. O CIOSP, então, vai encaminhar a ocorrência para o CIPAM, a Guarda Municipal ou o Corpo de Bombeiros para fazer a captura dos animais.

A orientação dos policiais militares da CIPAM é para que não sejam praticados maus-tratos contra os animais, e evitem a proximidade até a chegada daqueles que vão fazer a retirada.

Por Tribuna do Norte

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