SEMANA 1
Mulheres que acabaram de ter bebê costumam chorar sem motivo aparente e sentir uma tristeza inexplicável. É uma situação normal e esperada, que dura no máximo duas semanas, e não significa que ela esteja sofrendo de depressão pós-parto.
Com um pouco de paciência e compreensão, e conforme a rotina se ajusta, a mulher vai se sentindo melhor e deixando a melancolia pós-parto para trás.
- O que é o tal blues puerperal?
Nos primeiros dias depois do nascimento do bebê, é comum que a mãe se sinta irritada, triste e com vontade de chorar. É um fenômeno chamado blues puerperal, ou melancolia puerperal.=
“Blues” quer dizer tristeza em inglês. A condição é conhecida também como “baby blues”.
A família costuma ser pega de surpresa por essa tristeza, já que é um momento em que se imagina que a mãe estaria nas nuvens de tanta felicidade com a chegada do bebê.
Você pode sentir: preocupação excessiva com a saúde do bebê, mesmo que ele esteja bem, ansiedade e nervosismo, dificuldade de se concentrar, cansaço e dificuldade para dormir, vontade de chorar, mesmo sem motivo.
- O que provoca a melancolia pós-parto?
Acredita-se que o blues puerperal esteja ligado às mudanças hormonais que acontecem na primeira semana depois do parto. Seu corpo está se adaptando, o que inclui se recuperar da enorme dose de adrenalina que recebeu quando o bebê chegou.
Os hormônios vão se estabilizando no seu organismo, à medida que ele começa a produzir o leite materno. Junto com as mudanças físicas, pode haver alterações no seu apetite.
E o lado emocional não fica atrás. O tamanho da responsabilidade com a chegada do bebê tem potencial de assustar qualquer pessoa.
Por mais que você ame seu filho, os primeiros dias em casa são confusos e cheios de dúvidas, e pode ser que você tenha uma sensação de “no que eu fui me meter?”.
Você pode estar preocupada em não saber como cuidar de um recém-nascido tão frágil, e deve estar exausta, já que o bebê exige sua atenção constante.
A adaptação à amamentação e a possível dor causada pelos mamilos rachados contribuem para a dificuldade dos primeiros dias.
Isso sem contar a enxurrada de palpites e comentários que só deixam você mais insegura.
- Quando a tristeza pós-parto vai embora?
Pode ser que você tenha a impressão de que a vida de mãe será sempre assim, mas não é verdade. Seu estado de espírito vai melhorar, e não deve demorar muito.
O blues puerperal não é uma doença e vai passar. O pior momento costuma ser entre o terceiro e o quinto dia pós-parto.
A melancolia deve ir embora até o fim da segunda semana, principalmente se você puder descansar um pouco e contar com o apoio da família e das pessoas que gostam de você.
Caso você continue se sentindo muito triste mais de um mês depois do parto, aí sim pode estar sofrendo de depressão pós-parto. Converse com um médico para conseguir orientações sobre o tratamento.
A consulta obstétrica do fim do resguardo, cerca de 40 dias depois do parto, é uma boa oportunidade para conversar com o médico sobre como você está se sentindo.
Outra diferença entre o blues puerperal e adepressão pós-parto é que, no blues, a mulher costuma ter momentos de muita alegria e satisfação também, não só tristeza.
“Nessa fase a mãe pode ficar feliz porque o bebê arrotou, porque dormiu, soltou um ‘punzinho'”, explica a obstetra Eleonora Fonseca. O preocupante é quando esses momentos de alegria nunca acontecem.
- Como a família e os amigos podem ajudar uma mãe com blues puerperal?
É importante que parceiro, familiares e amigos saibam que a tristeza pós-parto é normal. Eles são essenciais para ajudar mãe a aceitar e superar essa sensação de melancolia.
Veja algumas sugestões de atitudes positivas:
Ajudar a mãe a organizar a nova rotina para identificar o que precisa ser feito agora e o que não é tão prioritário e pode ser deixado para depois.
Fazer comida para ela, levar uma refeição pronta, ir ao supermercado por ela e realizar tarefas domésticas.
Incentivar a mãe a descansar o máximo que puder.
Oferecer ajuda prática no caso de problemas na amamentação, como levá-la junto com o bebê ao banco de leite mais próximo para receber orientação especializada e apoio.
Reforçar sempre que ela é uma ótima mãe, a melhor que o bebê poderia ter.
Limitar o número de visitas ao mínimo.
Não se incomodar de vê-la chorar.
Ouvir o que a mãe tem a dizer.Acima de tudo, a mãe precisa saber que os amigos e a família estão ao seu lado para o que der e vier, e ouvir que a tristeza que está vivendo é absolutamente normal.
Ela precisa de espaço e de compreensão. Aos poucos, com a adaptação à nova realidade, tudo deve melhorar.
Via BabyCenter